Dançarina Gabriela Amorim, de 25 anos, morreu. |
A exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro, em abril deste ano, quando o exercito patrulhando as ruas deu 80 tiros num carro matando duas pessoas e ferindo várias outras, inclusive o musico Evaldo Rosa dos Santos, 46 anos, aconteceu de novo, agora no município de Irecê na Bahia, norte da Bahia, com a Banda Cearense Sala de Reboco.
Os componentes da banda haviam encerrado uma turnê no estado da Bahia e foram jantar num restaurante próximo a cidade de Irecê. Segundo Joelma Rios, uma das cantoras da banda, “...a gente fez uma confraternização, fomos comer uma galinha caipira em Lapão, que é pertinho de Irecê. Chegou o horário de ir embora, a gente veio na estrada, quando avistamos um carro se aproximando, que em nenhum momento eles ligaram nada, sirene, nada que pudesse alertar que era polícia. Até porque a gente não cometeu nada ilícito, a gente não tava fugindo de nada”, contou Joelma.
Acrescenta ainda que o grupo ao sair do restaurante percebeu que estava sendo seguido por esse veículo com os faróis apagados. Com medo de que se tratasse de uma tentativa de assalto, os integrantes pediram para que o motorista acelerasse o carro e entrasse em vias paralelas para tentar despistar o veículo. Ao retornarem para a estrada principal, dois carros da polícia estavam bloqueando a pista, um deles ainda com faróis apagados, segundo a cantora. Ao avistarem o carro da banda, que não era caracterizado, os policiais teriam efetuado os disparos. Uma das feridas foi a própria cantora da banda, Joelma Rios(foto) atingida por um tiro nas nádegas. O sanfoneiro da banda, Eliedelson Possidônio Júnior(foto), de 32 anos, foi atingido na perna e está internado no Hospital Regional de Irecê, onde passa por cirurgia. Já a dançarina Gabriela Amorim, de 25 anos, morreu. Ela deixou um filho de sete anos.
Cantora Joelma Rios levou um tiro nas nádegas. |
As informações foram confirmadas por uma sobrevivente, que conversou com o Diário do Nordeste. O caso ocorreu na madrugada desta sexta-feira (5). Ainda segundo relato do dono da banda, Antônio Neto Rocha, mais conhecido como Toinho Produções, quatro integrantes do grupo e um motorista estavam em um carro quando foram atingidos por mais de 38 disparos de policiais militares que seguiam o veículo, de acordo com informações publicadas no portal G1 BA.
Em nota, a Polícia Militar da Bahia lamentou a morte da dançarina e afirmou que instaurou um inquérito para investigar o caso. De acordo com a PM, o veículo da banda trafegava na contramão, em alta velocidade e, por isso, houve "abordagem da polícia".
Sanfoneiro Possidônio Júnior, de 32 anos, foi atingido na perna. |
Os discursos da "era Bolsonaro", principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, tem estimulado agentes de segurança a atira primeiro e perguntar depois. Segundo o método que é ensinado ao policial é que, o tiro do policial deve ocorrer quando for “estritamente necessário para proteger e garantir a vida, a liberdade, a segurança das pessoas, incluindo a segurança do policial”. O Ministro da Justiça e ex-juiz Sérgio Moro apresentou uma proposta anticrime, em forma de projeto de Lei que diz "Admite-se isenção de pena pra policial que matar em serviço". Ora bolas, será uma verdadeira carnificina. Se a policia já tinha um alto índice de morte em "confrontos", imagine autorizado pelo pacote anticrime do ministro?
VERSÃO DA PM-BA
Em nota, a Polícia Militar informou que uma guarnição flagrou o carro que a banda estava trafegando na contramão e iniciou o acompanhamento ao perceber que o motorista permanecia com a direção perigosa.
Ainda segundo a nota, a polícia pediu para o motorista parar o veículo, mas o condutor não teria respeitado o alerta de parada, na altura da rua 1º de Janeiro. Equipes da Polícia Militar continuaram seguindo o veículo e atiraram contra o carro. A polícia informou que vai apurar as circunstâncias dos fatos.
Fonte e fotos: DN
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