Foto: Ilustrativa. www.midiagospel.com.br |
Isso aconteceu no Rio de Janeiro em 2016, o estado mais corrupto da federação. Passava das 16h de uma quarta-feira na comunidade Vila Serrana, em Fragoso, no município de Magé, a cerca de 60 quilômetros do Rio, quando uma cena chamou a atenção dos fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Num cruzamento de ruas estreitas, via-se uma aglomeração de pessoas com celulares nas mãos, em torno de um poste com um roteador e sinal livre de wi-fi. Bastou a fiscalização e a reportagem do GLOBO se aproximarem para cada um tomar seu rumo. Com seus telefones nas mãos, os fiscais logo rastrearam um sinal forte de internet gratuita e constataram a nova prática dos candidatos: oferecer o serviço em troca de votos.
Depois da distribuição de cestas básicas, óculos, dentaduras e até laqueaduras, comuns em eleições anteriores, alguns candidatos que ainda insistem nesse tipo de política assistencialista se ajustaram aos novos tempos. Eles passaram a praticar uma espécie de neo clientelismo, com serviços de wi-fi gratuito e a distribuição de pizzas — com a inscrição do nome do candidato nas caixas de papelão.
Uma prática típica dos primeiros anos da República brasileira, a compra de votos, atravessa séculos e continua em vigor até hoje no país, apesar das leis e da maior fiscalização por parte das autoridades e da sociedade civil.
NOVOS TEMPOS
Com o advento das investigações da lava-jato e outros trabalhos da polícia federal, civil e dos Ministérios Públicos de todo o país, onde os eleitores já conhecem os “esquemas” e como funciona o “sistema”, espera-se que a população crie uma nova consciência que se precisa mudar a forma de escolher um candidato, seja ele a prefeito, vereador, governador, senador, deputados ou presidentes.
O voto comprado é o voto mais caro que o eleitor pode dar, porque no mínimo o seu voto vai custar à falta de saúde, educação e segurança pública, que tanto almejamos no dia a dia nos rincões das pequenas e médias cidades ou até nas grandes capitais desse país.
Só tem um jeito em diminuir esse crime porque acabar 100% é muito difícil: denunciando. Agora é preciso uma maior aproximação do Ministério Público com a sociedade, criando e divulgando meios e ligações com as pessoas que queiram denunciar anonimamente, porque o povo tem medo de entrar na briga e acha melhor ficar inerte, como se nada estivesse acontecendo. Se o TSE, os TREs e os promotores de justiça de todo país quiserem, basta montar a força tarefa e coibir a compra de votos.
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HORA DA NOTICIA – Jornalista Carlos Alberto Alves
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