Susto do vereador: momento da prisão quando a policia bate na porta. |
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) – através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Mucambo – e a Polícia Civil do Ceará, em desdobramento da terceira fase da Operação Sales, cumpriram, na manhã desta quinta-feira (16), mandado de prisão contra o vereador André Luis de Sousa Gonçalves, mais conhecido como "André da Coelce".
A medida foi determinada pelo Juiz da Comarca de Mucambo, Cristiano Sousa Carvalho, a pedido dos promotores de Justiça responsáveis pela investigação, fundamentado pelo Ministério Público na garantia do bom andamento do processo que envolve o parlamentar preso e o ex-prefeito de Mucambo Wilebaldo Aguiar que já se encontra preso desde a segunda fase da operação.
Segundo o fundamento do MP, durante as investigações, foi interceptada ligação telefônica que demonstrava que o vereador estaria tentando esconder e destruir provas em sua residência, onde já havia sido realizada uma busca e apreensão de documentos anteriormente, e agora com a interceptação telefônica confirma-se que o acusado havia retirado e destruído provas documentais e até um computador portátil de uso pessoal do parlamentar. Como o vereador tentou comprometer as investigações de forma deliberada, foi solicitado a sua prisão e aceita pela justiça.
Segundo as investigações o vereador preso hoje atuava como braço direito do ex-prefeito Wilebaldo no período dos crimes e fora da cadeia continuava a repassar informações ao ex-prefeito preso, envolvendo neste caso a sua esposa para informar a Wilebaldo o que se passava fora da cadeia.
Ainda segunda as investigações apontam, o vereador participava do esquema criminoso do ex-prefeito, pois de além de ser uma pessoa de confiança do mesmo, era o responsável por organizar a documentação e realizar transferências dos veículos pertencentes a Wilebaldo para burlar e alugar para o município. Com isso, considera-se que André Luiz tem potencial para influenciar em novos depoimentos que ainda serão prestados, no decorrer da investigação. Somente com locações, a investigação abrange a apuração de 17 licitações e dispensas de licitações fraudulentas, e os desvios e lavagens de dinheiro decorrentes.
Sobre a Operação Sales
A prisão do vereador é um desdobramento da Operação Sales tendo sua primeira fase sido deflagrada em 22 de novembro de 2018 onde foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão nas cidades de Mucambo, Sobral, Fortaleza, Pentecoste, Pacujá, Ubajara e Graça, bem como quatro mandados de prisão, sendo duas prisões preventivas e duas prisões temporárias. A operação contou com a participação de 12 promotores de justiça e cerca de 100 policiais civis.
A segunda fase da operação ocorreu dias após a primeira, em 29 de novembro de 2018, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em galpões localizados no município de Mucambo, onde foram apreendidos veículos de propriedade do ex-prefeito Wilebaldo Melo Aguiar que faziam parte do esquema de locação e desvio de dinheiro público naquele município.
O Ministério Público segue com as investigações já tendo ofertado três denúncias pela prática dos crimes de fraude em licitação, desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro para cada ação penal, em desfavor de Wilebaldo Melo Aguiar e todos os participantes da empreitada criminosa.
Também foi impetrada ação civil de improbidade administrativa onde o Ministério Público pede o ressarcimento dos valores desviados dos cofres públicos, a aplicação de multa e a condenação por dano moral coletivo.
Por fim, ainda foram firmados quatro acordos de colaboração premiada, em que foram acordados o ressarcimento dos danos aos cofres públicos do Município de Mucambo, bem como o pagamento de multa e dano moral coletivo.
A investigação apura fraudes licitatórias, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em procedimentos licitatórios de locação de veículos para a Prefeitura de Mucambo, referente aos anos de 2013 a 2016, além da prática de atos de improbidade administrativa que geram enriquecimento ilícito e lesão ao erário.
O vereador nega todas as acusações. O advogado David Fernandes Sousa Portela, que representa o vereador, afirmou que André Luis tinha o hábito de realizar o processo de transferência de veículos para amigos, mas que não integrava o suposto esquema na prefeitura de Mucambo. O advogado apontou ainda que, na época do caso, o vereador era adversário político do prefeito - informação conflitante da apontada pelos investigadores.
Uma audiência de custódia está marcada para a próxima segunda-feira (20) para analisar as circunstâncias da prisão de André Luis. Até lá, o vereador segue preso.
BLOG A HORA DA NOTICIA - Jorn. Carlos Alberto Alves - Reg. Nº 0003980/DRT/MTPS.
Com informações do MPCE
Outras Fontes: (Reprodução parcial)
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/seguranca/online/mp-descobre-esquema-milionario-de-locacao-de-veiculos-para-a-prefeitura-de-mucambo-1.2029213
https://cn7.com.br/vereador-de-mucambo-e-preso-em-terceira-fase-da-operacao-sales/
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