Faltando apenas 4 dias para o primeiro turno das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou irregularidades no uso do dinheiro público para custear campanhas. Os indícios representam um total de R$ 605 milhões. Na lista de casos suspeitos estão gastos que teriam sido feitos por parentes e empresas de fachada com sócios inscritos em programas de assistência social do governo federal, como o Auxílio Brasil. O TSE encontrou ainda seis casos de doações feitas por pessoas mortas a candidatos. Como revelou o Estadão, partidos políticos têm realizado gastos suspeitos com recursos repassados pelo Fundo Eleitoral. Algumas campanhas chegaram a desembolsar R$ 80 mil com cabos eleitorais.
A análise preliminar realizada pelo TSE com dados recebidos de entidades fiscalizadores identificou, até dia 24 setembro, ao menos 59.072 casos de doações ou gastos potencialmente irregulares. O relatório parcial produzido por técnicos da Corte Eleitoral foi resultado do cruzamento de informações entre as prestações de contas apresentadas pelos candidatos e dados de órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal. Quem pensar que escapa dos Órgãos Públicos fiscalizadores, está muito enganado. Pode até ganhar as eleições, mas as prestações de contas deverão estar aprovadas.
Segundo o TSE, existem 2.361 pessoas que têm relação familiar com os candidatos e, mesmo assim, receberam mais de R$ 10 milhões para atuar como fornecedoras de material ou prestadoras de serviços das campanhas. O Estadão mostrou, nesta semana, que ao menos 160 candidatos gastaram R$ 10,9 milhões somente com empresas que subcontratam cabos eleitorais. Como não há registro público dos nomes dos contratados, não é possível saber quem são eles nem se existem comissionados ou parentes na lista. Tudo está sendo rigorosamente verificados pelo TSE e a Policia Federal.
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